terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

DEAR,PARA ONDE FOSTES TÃO CEDO RESOLUTA ?

A palavra que não comove,
O que esta feito, esta feito.
Nos ângulos do inconformismo me vejo
Entre palavras esquecidas que não precisei te dizer.
Bem longe relutei, e você veio.
Para que? Para que?
Não tínhamos mais nada de nos duas
Para promover encontros
Estávamos sem perceber a culpa.
Eu não era mais o que foi você
Estendemos despedias naqueles dias
Ao pé da serra alta, nossa verde casa
Onde as aguas doces corriam
Onde o gato solitário passeava
A procura do que ficou de nos.
Parti, e tu triste ficas-te.
E na angustia buscaste me seguir
Mas te faltou coragem de esperar
E tomaste toda a tua vida
Esperando me fazer remorso sentir,
Que culpa em mim tu deixaste,
Porque quiseste morrer tão perto assim?
Sem me permitir uma última vez fitar-te ?
E nos teu cabelos negros estrelas mortas eu vi
Jogadas sobre a fria mármore
Olhando tua branca face sem vida
Questionei a minha  verdade,
Para onde amada, fostes de mim?
(A primavera eterna de Lota e Elizabeth Bishop)
Razanil Shamir
26/02/2013